O Mundo, e tudo o que dele decorre fruto das nossas experiências, dá-nos um conjunto de ferramentas cujo manuseamento dependerá de cada um e de todos. O trabalho de desenvolvimento pessoal deverá estar ancorado no cimento fraterno que nos tem que unir como seres humanos que somos. A construção faz-se individualmente, mas na inequívoca certeza que tenho os meus semelhantesnuma grande cadeia de união da qual me é impossível excluir. Posto isto, a fraternidade e solidariedade são valores indispensáveis para o crescimento pessoal cuja extensão é infinita, tal como é o nosso potencial de aprendizagem. Assim, é simples perceber, na minha opinião, como este processo é difícil, pois basta um elo se quebrar para voltarmos a ter que desbastar e burilar.
Quando tantas vezes se falam das características de seres humanos que se destacam por uma ou outra razão? Julgo que não raras vezes esses critérios de excelência visam características mais situadas no campo da mensurabilidade de condição social, económica, académica, etc., e menos nos valores que definem o Homem na sua grandiosidade intrínseca. Se assim não fosse, as referências preponderantes e usadas para definir essas pessoas quando delas se fala, seriam substituídas por algo do género: “solidárias e discretas”, “amigas do seu amigo”, “que não temem em dar a mão àquele que precisa de se levantar”, “que nada quer em troca”, “inquietas e frontais”, “desprendidas de preconceitos e dogmas”, “que querem evoluir”, “com convicções e opiniões”, “inimigas da demagogia” enfim, pessoas que valem pelo que são e não pelo que ostentam…
Daí que volte à questão da solidariedade e da fraternidade como premissas incondicionais para um mundo melhor. Agora que entramos na época natalícia, onde os gestos caritativos de circunstância se sobrepõem à profundidade do acto fraterno, vamos perpetuando a nossa ignorância dos valores que realmente são importantes para a transformação que o mundo pede. E como o mundo me parece estar com sede de mudança… De valores, de posturas, de critérios, enfim… Há que destruir literalmente o “orgulhosamente sós” que cada ser humano ostenta e prosseguir no caminho da verdade, num desbaste incessante neste campo fértil ao inconformismo que é a vida. Não ter medo de dizer o que pensa, muito menos de ser julgado por ser livre…
Esta crise que tanto se fala e perigosamente se “externaliza”, na minha opinião, está alicerçada nos valores do individualismo ambicioso, na corrupção, nos esquemas pouco claros, na sede de enriquecer, na vaidade, na demagogia, na falta de carácter, no desrespeito pelo ser humano. Não pretendo com estas palavras uma presunção de idoneidade que, com certeza não terei, pois quem sou eu para me elevar a moralista? De qualquer forma, vou começar por mim nessa mudança…
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
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