Custa-me a perceber a indignação de uma considerável parte da nossa sociedade portuguesa em despender energias para se opôr ao casamento entre homossexuais. São manifestações, petições, declarações e mais confusões numa temática cuja discussão nem sequer deveria ter lugar.
Homo, hetero, bi, trans, e outros quaisquer "prefixos" balizadores da expressão psico-afectiva humana apenas servirão para continuarmos a posicionar o ser humano em categorias que mais servem para tranquilizar maiorias, do que propriamente para resolver questões que se impõem.
A afectividade e a sexualidade vivem-se não em função de divisões artificialmente criadas de acordo com o moralismo reinante, mas sim em função do que efectivamente sentimos por outro independentemente do género do objecto de afeição. Pelo menos, esta é a minha visão... Partindo deste pressuposto, e lembrando que ninguém pode ser discriminado em função de raça, etnia, orientação sexual, religião, e por aí fora, é paradoxal a actual proibição do casamento a casais do mesmo sexo.
Mas falando agora de quem se opõe, nesta matéria custa-me ser tolerante para quem é contra. Um dos argumentos é o modelo de família, outro é a perigosidade que esses casais representam para as crianças que virão a adoptar... Argumentos que não fazem sentido nenhum para quem se acha no direito de elevar bem alto o estandarte da moralidade e da família perfeita...
P.S. Obrigado pelo incentivo ao primeiro comentário recebido neste blog. Às vezes é a preguiça que se apodera, outras vezes é não saber o que escrever...
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
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